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27-Apr-2019 -- Na sexta-feira, 26 de abril, fiz uma viagem de ônibus para Vitória da Conquista, na Bahia, distante 470 quilômetros de Montes Claros, com o objetivo de visitar confluências.
Peguei o ônibus às 21h30min, atravessei o norte de Minas e cheguei a Vitória da Conquista às 5h da manhã de sábado. Aguardei pouco mais de uma hora e peguei o carro na agência de aluguel. Segui viagem rumo à primeira confluência planejada para este dia, a 15S 42W, próxima à cidade de Condeúba, a cerca de 160 quilômetros de Vitória da Conquista. Percorri todo o trecho de asfalto, peguei uma estrada de terra à direita, percorri cerca de 8 quilômetros em uma estrada em boas condições e parei o carro a 620 metros do ponto exato.
A confluência 15S 42W nunca foi visitada antes, e houve uma tentativa realizada em 2010, há quase nove anos, na qual o visitante narra que foi impedido de prosseguir até o ponto exato devido a “uma barreira intransponível de espinheiros”, quando estava a 440 metros de distância. Como a região é de caatinga, a dificuldade de acesso me lembrou minha visita à confluência 5S 39W, no Ceará, na qual eu enfrentei um trecho bastante difícil de 400 metros de espinhos em meio, também, a um trecho fechado de caatinga. Esse precedente me deu esperanças de ter mais sucesso na visita do que o visitante anterior. Minha esperança se baseava também no fato de que, pelas fotos de satélite, era possível ver que havia um acesso alternativo à confluência, através do qual, embora o trecho de caatinga a ser vencido fosse muito maior, contava com uma visível trilha de acesso até bem próximo do ponto exato.
Iniciei a caminhada pela caatinga, pelo mesmo acesso do visitante anterior e, ao contrário do que eu havia imaginado, a dificuldade de acesso não era a mesma que enfrentei no Ceará; era muito maior. A caatinga estava muito mais fechada, gastei muito tempo para percorrer poucos metros e vi que seria inviável prosseguir. Não consegui chegar a menos de 500 metros do ponto exato.
Voltei até o carro e fiz um contorno até chegar ao acesso alternativo que, conforme dito, exigia uma caminhada muito mais longa, mas que encerrava com uma trilha que, aparentemente, chegava bem próxima ao ponto exato.
Comecei com uma caminhada de 800 metros por uma estradinha e, conforme previsto, entrei na caatinga por uma trilha. Nesse momento, eu estava a 1.500 metros da confluência. A trilha, de fato, permitia que eu avançasse com muito mais facilidade, embora não com tanta facilidade quanto se eu estivesse caminhando em um campo aberto. Frequentemente a caatinga invadia a trilha e, em alguns trechos, algumas árvores caídas exigiam um esforço maior para prosseguir.
Quando eu estava a 870 metros da confluência, eu encontrei uma bifurcação na trilha, já prevista pelas fotos de satélite, na qual eu teria que pegar uma trilha secundária. Essa segunda trilha foi, aos poucos, se tornando bem mais difícil que a anterior. A caatinga foi se fechando cada vez mais. Tive de percorrer grandes distâncias agachado, devido ao emaranhado de galhos cobrindo a trilha acima de uma certa altura.
Quando eu estava a cerca de 700 metros da confluência, uma árvore caída estava bloqueando completamente a passagem. Atravessá-la seria muito difícil, mas o maior problema era que, com toda a certeza, essa dificuldade, e outras ainda maiores, iriam se repetir várias vezes na distância ainda grande que me separava do ponto exato. Diante dessa situação, vi que não valeria a pena seguir em frente.
Fiz todo o caminho de volta e, quando eu cheguei novamente ao asfalto, percebi que não havia mais tempo para visitar a segunda confluência prevista para esta viagem. Já passava do meio dia e a agência de aluguel de carros fecharia às 18 horas.
Voltei para Vitória da Conquista, almocei, passei o resto da tarde na cidade, devolvi o carro e peguei o ônibus às 21 horas. Viajei a noite toda novamente e cheguei em Montes Claros por volta das 4h30min de domingo.
Ao longo dos anos em que eu visito confluências, já fiz 13 viagens com exatamente o mesmo formato da viagem atual, ou seja, viajando a noite toda de sexta para sábado de ônibus, alugando um carro, dedicando o dia todo a visitas a confluências e viajando de volta a noite toda novamente, de sábado para domingo. Em uma dessas viagens, eu consegui visitar, ao longo do dia, 3 confluências. Em outras seis oportunidades, eu consegui visitar 2 confluências. E em cinco oportunidades eu consegui visitar apenas 1 confluência. Esta é a primeira vez que, em viagens com esse formato, eu não consigo visitar nenhuma confluência. Quando eu decidi priorizar uma confluência inédita de difícil acesso, porém, eu estava ciente desse risco. Em uma próxima oportunidade em que eu voltar a Vitória da Conquista, priorizarei outras confluências já visitadas e mais fáceis de serem alcançadas.
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27-Apr-2019 -- Friday, April 26, I made a bus trip to Vitória da Conquista city, Bahia state, 470 kilometers far from Montes Claros city, aiming to visit confluences.
I caught a bus at 21:30, crossed the north of Minas Gerais and arrived at Vitória da Conquista at 5:00 of Saturday. I waited by a bit more than one hour and caught the car at the rental car agency. I headed to the first confluence planned for this day, the 15S 42W, near Condeúba city, about 160 kilometers far from Vitória da Conquista. I drove the whole leg of asphalt, I caught a dirt road at right, drove about 8 kilometers on a road in good condition and stopped the car 620 meters close to the exact point.
The confluence 15S 42W was never visited before, and there was an attempt made in 2010, almost nine years ago, in which the visitor wrote that he was blocked by “an insurmountable barrier for bushes”, when he was 440 meters to the confluence. As the region is dominated by caatinga (typical vegetation of northeastern region of Brazil, with its dry branches and a lot of thorns), the hardness of access remembered me my visit to confluence 5S 39W, in Ceará state, in which I faced a very hard 400-meters long leg of thorns, also in a region of caatinga. This precedent gave me the hope of have more success than the previous visitor. My hope is also based in the fact that, according to satellite photos, it was possible to see that there was an alternative access to the confluence, by which, although the leg inside caatinga is much longer, has a visible access track up to very near the exact point.
I started the hike by the caatinga, by the same access of previous visitor and, in opposite to I had imagined, the hardness to access wasn’t the same that I faced in Ceará; it was much worse. The caatinga was much denser, I spent a lot of time to win few meters and realized that it would be impracticable to go ahead. I can’t go closer than 500 meters to the exact point.
I came back to the car and made a detour up to arrive at the alternative access that, as cited, demands a much longer hike, but that ends with a track that, apparently, went up to very near the point.
I started with a hike of 800 meters by a small road and, as previewed, I entered in the caatinga by a track. In that moment, I was 1,500 meters to the confluence. The track, in fact, allowed me to go ahead much more easily, although no so easy as if I were in an open field. Frequently the caatinga was invading the track and, in some areas, some fallen trees demanded a greater effort to go ahead.
When I was 870 meters to the confluence, I found a Y-junction, already previewed by satellite photos, in which I must take a secondary track. This second track turned harder and harder than the previous one. The caatinga turned denser and denser. I must win big distances crouching, due to a maze of branches covering the track above certain height.
When I was about 700 meters to the confluence, a fallen tree was blocking completely the way. Crossing it would be very hard, but the biggest problem was that, surely, this hardness, and other bigger ones, would repeat several times along the still big distance that separates me to the exact point. Due to this situation, I realized that it didn’t worth going ahead.
I made all the way back and, when I arrived again at the asphalt, I realized that there wasn’t enough time to try to visit the second confluence previewed to this trip. It was more than noon and the rental car agency would close at 18:00.
I came back to Vitória da Conquista, had lunch, spent the rest of the afternoon in the city, delivered the car and caught the bus at 21:00. I travelled the whole night again and arrived at Montes Claros about 4:30 of Sunday.
During the years in that I have been visited confluences, I already made 13 trips with exactly the same shape of the current trip, that is, travelling the whole night from Friday to Saturday by bus, renting a car, dedicating the whole day to confluence visits and travelling back the whole night again, from Saturday to Sunday. In one of these trips, I managed to visit, during the day, 3 confluences. In other six opportunities, I managed to visit 2 confluences. And in five opportunities and managed to visit 1 confluence. This is the first time that, in trips with this shape, I didn’t manage to visit any confluence. When I decided to prioritize a never visited confluence with hard access, however, I was aware of this risk. In other future opportunity in which I come back to Vitória da Conquista, I will prioritize other already visited and easier to be reached confluences.