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23-Out-2016 -- Esta narrativa é uma continuação da visita 6S 49W.
Após passar a noite em um hotel em Parauapebas, acordei cedo, tomei café, encerrei minha conta no hotel e fui em direção à confluência 6S 50W.
Conforme relatei na tentativa anterior de visitar essa confluência, há seis meses, o ponto exato se localiza em uma área muito fechada da Floresta Amazônica, com dois acessos possíveis. Há uma estrada de terra que margeia a linha da Estrada de Ferro Carajás, e que passa 650 metros ao norte da confluência. E há uma outra estradinha que passa 380 metros ao sul, mas que não dá condições de acesso por carro.
Na tentativa anterior, eu cheguei pelo norte, entrei na mata, mas não consegui ir muito longe, desistindo quando eu estava a 476 metros do ponto exato. A mata fechada e a falta de equipamentos de proteção, como luvas e uma blusa de mangas compridas tornaria a caminhada extremamente lenta, e eu não teria tempo suficiente para concluir a visita.
Desta vez, objetivando vencer esses problemas, eu me preparei um pouco mais. Comecei a busca bem mais cedo e levei luvas e uma blusa de manga comprida, acessórios muito importantes para abrir passagem pelos galhos com espinhos. Além disso, decidi passar pela estradinha que dá acesso à confluência pelo sul, uma vez que a distância a ser percorrida pela mata é muito menor, ainda que esse acesso demande uma caminhada de 3.400 metros antes de entrar na mata.
Ao chegar lá, porém, para minha surpresa, a estradinha foi aberta e agora permite a passagem de carro com facilidade. Segui com o carro pela estradinha e parei algumas centenas de metros antes do ponto em que a estrada mais se aproxima da confluência, com o objetivo de verificar se eu encontrava alguma trilha que facilitasse o acesso.
Segui caminhando pela estrada, mas não encontrei nenhuma trilha. Quando eu estava no ponto mais próximo possível da confluência, pela estrada, bem em frente a uma torre de transmissão de energia elétrica, eu entrei na mata. Eu estava carregando duas garrafas de água. Deixei uma no pé da torre e entrei levando apenas a outra. Eram 9h20min da manhã.
Iniciei a caminhada pela mata, mas logo percebi que o sinal do GPS estava ficando cada vez mais fraco, até que eu perdi totalmente o sinal. Continuei seguindo, tentando encontrar um local mais aberto, buscando obter sinal, mas estava cada vez mais difícil. Comecei a perder totalmente a referência, e passei mais de uma hora tentando encontrar o sinal do GPS. Além da mata ser muito densa, o dia estava muito nublado. Provavelmente, o excesso de nuvens colaborou para que o sinal do GPS ficasse ainda mais difícil e eu não conseguia sequer ver o sol para me orientar.
Deve ter passado umas duas horas até que eu conseguisse o sinal novamente, quando cheguei a uma área mais aberta, na qual um tronco muito grande de árvore havia caído. Pelas coordenadas do GPS, eu estava aproximadamente na mesma latitude que a confluência, mas uns 200 metros para oeste.
Embora eu tivesse minha posição, bastava eu andar alguns metros e perdia novamente o sinal do GPS. Percebendo que seria impossível registrar o ponto, eu passei a me preocupar em sair dali. Porém, não era uma tarefa fácil. Eu precisava seguir uns 400 metros na direção sul, até a estradinha, mas não tinha nenhuma referência, nem o GPS, e nem o sol.
Durante o resto do dia, eu tentei inúmeras estratégias. Tentei traçar um caminho reto, seguindo o alinhamento das árvores, mas logo eu perdia a referência. Tentei subir até uma região mais alta, para ver se tinha uma visibilidade melhor, mas a mata fechada continuava limitando totalmente a visão. Como a garrafa de água que eu havia levado já havia acabado há muito tempo e eu já estava com bastante sede, tentei descer até o ponto mais baixo, para ver se encontrava água. Acabei achando um riacho, onde pude matar minha sede. Já eram por volta das 14 horas e, com o problema da sede resolvido e animado com a possibilidade de seguir o riacho e encontrar a saída, tirei a única foto que aparece nessa narrativa.
Segui o riacho, nas duas direções, mas ele não saía em lugar nenhum, logo acabava, uma vez que esse local baixo em que ele estava era cercado de áreas altas por todos os lados. Tratava-se apenas de um olho d’água que emergia à superfície e logo desaparecia novamente.
Continuei tentando seguir na direção sul, caminhei por pelo menos mais umas duas horas até encontrar outro ponto em que consegui sinal do GPS. Para minha surpresa, ao verificar as coordenadas, ao invés de me aproximar do sul, eu havia me afastado ainda mais! Comecei a perceber que o tempo e a minha disposição para caminhar estavam se esgotando e a chance de sair dali antes do anoitecer estava cada vez menor. Eu precisava fazer paradas cada vez mais longas para descansar e não tinha ideia de como achar a saída.
Quando já passava das 17 horas, percebi que não havia mais o que fazer. Tratei de ir novamente para uma região baixa, para procurar água novamente e arranjar um local para passar a noite. Não encontrei mais água, mas ainda não estava com sede, uma vez que eu havia bebido bastante algumas horas antes.
Quando eu encontrei um espaço um pouco maior de terra, sem árvores, decidi passar a noite ali. Deitei-me, apoiei a cabeça nas luvas e fiquei descansando. A noite caía. O céu, pelo menos, estava bastante claro, e eu fiquei olhando para o céu e para os vagalumes. Porém, quando eu me sentava e olhava para os lados, não enxergava absolutamente nada. A escuridão era total.
Fiquei das 19h até as 23h deitado nesta posição, descansando. Tive tempo suficiente para pensar em uma estratégia para sair dali, logo que amanhecesse. Percebi que meu erro foi tentar ir na direção sul, onde eu deixei o carro. O correto seria ir na direção norte, porque por lá passa o trem, e o barulho do trem é claramente audível em qualquer local por onde eu tenha passado. Eu cheguei a tentar usar o barulho do trem como referência, mas eu tentei usar esse barulho para ir na direção contrária a ele! Isso não funciona. Mas, ir na direção do barulho, aí, sim, seria bastante viável.
Eu tinha ainda a confiança de que o dia amanhecesse sem nuvens e o GPS voltasse a funcionar, mas a única garantia que eu tinha era, realmente, o barulho do trem. A ferrovia é muito movimentada, a cada meia hora passa um trem, e, tendo um dia inteiro para ir seguindo o barulho, eu teria grandes chances de achar a saída.
Não consegui dormir, fiquei o tempo todo acordado, por três motivos. Em primeiro lugar, pela situação inédita. Em segundo, pelos pernilongos que não davam sossego. E, em terceiro lugar, pelo receio de ser atacado por uma onça, uma cobra ou por outro animal qualquer. Era um perigo real que eu corria, mas não havia nada a fazer, uma vez que eu não estava enxergando absolutamente nada.
Por volta das 23 horas, meu descanso foi interrompido. Percebi que um bicho, não sei se uma cobra ou um calango ou outro bicho qualquer, entrou na minha luva, que estava embaixo da minha cabeça. Sentei-me, esperei algum tempo, e me deitei novamente. Mas, ao me deitar, percebi que o bicho ainda estava ali. Imediatamente, me sentei novamente.
Para poder novamente me deitar, resolvi me virar e me deitar na direção transversal à que eu estava. Consegui uma posição razoável, mas um galho de árvore preso à terra estava incomodando minhas costas. Passei mais uma hora nessa posição, até que resolvi arrancar o galho. Foi um grande erro. Ao arrancar o galho, eu estourei um formigueiro e as formigas invadiram toda a área em que eu estava. Quando comecei a sentir as formigas subindo em mim, tive de me levantar rapidamente para espantá-las. Percebi que as formigas espantaram até o bicho que havia entrado na minha luva, uma vez que eu ouvi ele saindo rapidamente.
Aquele local havia se tornado inviável para ficar. Liguei a luz do meu celular e tentei encontrar outro local para me deitar. Tentei vários locais, mas nenhum estava totalmente limpo e, logo que eu me deitava, sentia algum inseto andando em mim. Acabei desistindo de procurar, e tive que ficar sentado o resto da noite, encostado em um tronco. Passei quase seis horas nessa posição.
Quando era 5h 50min, eu percebi que já havia claridade suficiente para levantar-me e voltar a caminhar. Estava com bastante sede, mas, pelo menos, não estava mais cansado. Segui imediatamente na direção do trem, que eu ouvi ao longo de toda a noite. O tempo continuava muito nublado e o GPS continuava sem sinal. A única referência seria, realmente, o trem.
Ao longo do tempo, comecei a perceber que a estratégia estava dando resultado, e o trem fazia um barulho cada vez mais próximo, e mais ou menos na direção na qual eu estava caminhando. Porém, por algumas ocasiões, eu me perdia e tinha que esperar a passagem do próximo trem.
Quando eu já estava com muita sede, começou a chover e eu pude beber a água depositada sobre as folhas das árvores. Algum tempo depois, cheguei a um rio, onde pude beber água com muito mais facilidade. Neste momento, já dava para perceber que a estratégia havia funcionado e a saída estava próxima.
Sem me apressar, mantendo a mesma estratégia de sempre, eu finalmente cheguei à linha do trem por volta das 9 horas, pouco mais de 3 horas depois do início da caminhada. Estava a salvo, mas ainda havia muito o que fazer. Como eu saí pelo lado oposto ao qual eu estacionei o carro, seriam mais 6 quilômetros de caminhada.
Mais uma hora e meia andando, e eu finalmente cheguei ao carro. Pouco antes, eu vi um helicóptero, que, mais tarde, eu viria a saber que estava ali me procurando. Desde a noite anterior, eu já esperava contar com a ajuda adicional do resgate, que certamente seria acionado pela minha esposa, dado o meu desaparecimento, mas eu esperava contar com uma ajuda por terra. Se alguém tivesse ligado uma sirene ou me gritado a partir da beirada da mata, teria sido útil. Mas, não pude contar com nenhuma ajuda por terra durante todo o tempo em que eu estive ali. Só vi o helicóptero, e mesmo assim quando eu já tinha saído.
Peguei o carro, segui pela estradinha mais algumas centenas de metros para ir buscar a garrafa de água que eu havia deixado no pé da torre de transmissão de energia elétrica, no dia anterior, e a usei para beber e também para lavar o rosto e limpar um pouco as calças e os tênis. Troquei de camisa e segui de volta para a cidade de Parauapebas.
Para minha surpresa, quando eu estava quase chegando ao asfalto, uma ponte de madeira estava interditada e não havia como passar. Tive de dar uma volta de 35 quilômetros, sendo metade em estrada de terra, para chegar à cidade. Eu já estava com muita fome e muito ansioso para avisar minha esposa que eu estava a salvo.
Finalmente, por volta as 12h30min, eu cheguei à cidade, entrei em contato com minha família, e comprei comida e refrigerante. Eu já estava há mais de 27 horas sem comer. Segui viagem por mais 170 quilômetros até chegar em casa. Para dirigir essa distância, não tive nenhuma dificuldade. Mas, quando cheguei em casa, percebi que eu estava com muita dificuldade para andar. As dores nas pernas só passariam no dia seguinte.
Depois de passar por essa experiência, eu não pretendo mais entrar em matas fechadas, uma vez que é bastante perigoso. Existe uma chance real de se ficar totalmente sem referência, e, nessa situação, a tendência a andar em círculos, sem sair do lugar, é muito grande. Se não fosse a referência do barulho do trem, não sei se eu conseguiria sair. É altamente recomendável que somente pessoas que tenham muita experiência em caminhadas em mata fechada tentem visitar essa confluência.
No dia seguinte à minha volta para casa, conversando com meu amigo Carlos Garcez, ele me lembrou de um aparelho muito simples, e que poderia ter me ajudado muito naquela situação: uma bússola magnética. A bússola magnética não depende de pilhas e nem de sinal de satélite para funcionar, e poderia ter me indicado a direção correta. Mesmo estando decidido a não visitar mais confluências em áreas de mata fechada, pretendo comprar uma bússola magnética, uma vez que é um aparelho muito prático e que pode vir a ser útil em qualquer tipo de terreno, evitando que eu fique totalmente dependente do GPS.
Vale lembrar, porém, um detalhe: a confluência 6S 50W fica a menos de 20 quilômetros da Serra dos Carajás, que é considerada a maior reserva de extração de minério de ferro do mundo. Grandes concentrações de minério de ferro são capazes de desorientar uma bússola magnética. Sendo assim, é possível que mesmo uma bússola magnética não seja útil no local em que eu estava.
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23-Oct-2016 -- This narrative continues from 6S 49W.
After spending the night in a hotel in Parauapebas city, I woke up early, took a breakfast, checked out the hotel and went to the 6S 50W confluence.
As related in my previous attempt to this confluence, six months ago, the exact point lies in a very dense area of Amazon Jungle, with two possible accesses. There is a dirt road bordering the Carajás Railway that passes 650 meters north of the confluence. And there is a little road that passes 380 meters south of it, but this little road is impassable by car.
In the previous attempt, I headed by the north, entered in the jungle, but I didn’t go far, giving up when I was 476 meters to the exact point. The dense jungle and the lack of protection equipment, like gloves and a long sleeve shirt would turn the hike extremely slow, and I wouldn’t have enough time to conclude the visit.
In this time, aiming manage these problems, I prepared me a bit more. I started the search much earlier and I used gloves and a long sleeve shirt, very important accessories to open space between the branches with thorns. Moreover, I decided to pass by the little road that access the confluence by south, where the distance to be won in the jungle is much shorter, even though this access demands a 3,400 meters hike before entering in the jungle.
When arriving there, however, to my surprise, the little road was opened and now it allows the passage by car easily. I headed with the car by the little road and stopped some hundreds of meters before the place where the road passes closest to the confluence, aiming verify if there is some track that make the access easier.
I hiked by the road, but didn’t find any track. When I was at the closest place to the confluence, in the road, in front of a power line tower, I entered in the jungle. I was carrying two bottles of water. I left one of them at the foot of the tower and carried the other. It was 9:20 in the morning.
I started the hike in the jungle, but soon I realized that the GPS signal turned weaker and weaker, up to vanish completely. I keep hiking, trying to find an opener place to recovery the signal, but it was much hard. I started to lost the reference completely, and passed more than one hour trying to recover the GPS signal. Besides the very dense jungle, the sky was very cloudy. Probably, the excess of clouds make the GPS signal weaker and I can’t even see the sun to orient me.
Maybe more two hours passed up I got the GPS signal again, when I arrived in an opener area, in that a very big tree fell. According to the GPS coordinates, I was approximately at the same latitude of the confluence, but about 200 meters western.
Although I had my position, if I hike a few steps I lose the signal again. Realizing that it would be impossible to register the point, I started to think about exiting there. However, it wasn’t easy. I must follow about 400 meters southern, up to the little road, but I hadn’t any reference, neither the GPS, nor the sun.
During the rest of the day, I tried several strategies. I tried to trace a straight line following the alignment of the trees, but soon I got lost. I tried to climb up to the highest area, in order to see if there is a better visibility, but the dense jungle continued to limit totally the view. As the bottle of water runs out a long time ago and I was very thirsty, I tried to descend to the lowest area, in order to find water. I found a little stream and managed to quench the thirst. It was about 14:00 and, with the problem of the thirst solved and animated with the possibility of follow the stream and find the exit, I took the unique photo of this narrative.
I follow the stream, in both directions, but it didn’t go to anyplace. It runs out soon, because this lowest area is surrounded by higher areas in all sides. It is only a waterhole that emerges and soon disappears.
I continued trying to follow to south, hiked more about two hours up to find other place where I got the GPS signal. To my surprise, when I verified the coordinates, instead of be nearer to the south, I was farther! I started to realize that the time and my physical condition were running out and the possibility of exit before night was decreasing. I must make longer stops to rest and I didn’t have any idea about how to exit.
When it was more than 17:00, I realize that there wasn’t anything to do. I went again to the lowest region in order to search water and find a place to spend the night. I didn’t find water, but I wasn’t thirsty, because I drank a lot some hours before.
When I found a place with a space of clean soil big enough to lay down, without trees, I decided to spend the night there. I laid down, support the head over the gloves and stay resting. The night fell. The sky, at least, was bright and I stayed looking the sky and the fireflies. However, when I sat and look beside me, I didn’t see absolutely anything. The dark is complete.
I stayed from 19:00 up to 23:00 laid down in that position, resting. I had enough time to think about a strategy to exit, at morning. I realized that my mistake was trying to go to south, where I left the car. The correct would be go to north, because the train passes there, and the noise is clearly audible in any place where I passed. I tried to use the noise of the train as a reference, but I tried to use this noise to go in its opposite direction! This didn’t work. But, go to the direction of the noise is perfectly doable.
I had yet the confidence that the dawn would be cloudless and the GPS would work again, but the unique warranty would be, in fact, the noise of the train. The railway is very busy, the train passes each half hour and, with an entire day to follow the noise, I would have great chances of find the exit.
I can’t sleep, I keep the entire night awake, due to three reasons. First, due to unusual situation. Second, due to crane flies that disturbed me all the time. And third, due to the fear of be attacked by a jaguar, a snake of any other animal. It was a real danger, but I couldn’t do anything, because I wasn’t seeing anything.
When it was about 23:00, my rest was interrupted. I realized that an animal, maybe a snake, a lizard, or other animal got in my glove, which was under my head. I sat, waited some time and laid down again. But, when I laid down, I realized that the animal was still there. Immediately, I sat again.
In order to lay down again, I decided turn me and laid down in transversal direction. I got a reasonable position, but a branch stuck in the ground are disturbing my back. I passed one more hour in this position, and then I decided to extract the branch. It was a great mistake. When I extracted the branch, I destroyed an ant’s nest and the ants invaded the entire area where I was. When I started to feel the ants over me, I must get up quickly to evict them. I realized that the ants made until the animal that was in my glove to run away, because I heard it running quickly.
That place turned impracticable to stay. I turned on the light of my cell phone and tried to find other place to lay down. I attempted several places, by none of them was totally clean and, when I laid down, I felt some insect over me. Then, I gave up to find and must keep the rest of the night seated, leaning in a tree. I passed almost six hours in this position.
When it was 5:50, I realized that there was enough light to get up and started to hike. I was very thirsty, but, at least, I wasn’t tired. I headed immediately in the direction of the noise of the train that I heard the entire night. The sky was still very cloudy and the GPS was still without signal. The unique reference would be, really, the train.
Passing the time, I started to realize that my strategy was working, and the train made a noise ever closer, and approximately at the same direction in that I was hiking. However, in some occasions, I kept lost and must wait the next train.
When I was yet very thirsty, it started to rain and I could drink the water laid over the leaves of the trees. Sometime after, I arrived in a river, where I could drink water much more easily. In this moment, I could realize that the strategy worked and the exit was close.
Without any haste, I kept the same strategy and finally arrived at the railway, about 9:00, after 3 hours of hiking. I was safe, but there was still a lot to do. As I exited in the opposite side to the car, I must hike more 6 kilometers.
More one and a half hour hiking, and I finally arrived at the car. A bit before, I saw an helicopter which, later, I would discover that it was there searching me. Since the previous night, I known that I would maybe have the additional help of rescue, which my wife surely would call, due to my disappearance. But, I thought that the rescue would arrive by land. If someone turn on a siren or shout me at the border of the jungle, it would be useful. But, I hadn’t any help by land during all the time in that I was there. I only saw the helicopter, and only when I was already left.
I caught the car, headed by the little road some more hundreds of meters in order to catch the bottle of water that I had left at the foot of the power line tower, in the previous day. Then, I used the water to drink and to wash my face and clean a bit my pants and my tennis. I changed my shirt and came back to Parauapebas city.
To my surprise, when I was almost at the paved road, a wood bridge was interdicted and I can’t pass. I must make a detour with 35 kilometers, half of them in dirt road, to arrive at the city. I was yet very hungry and very anxious to talk to my wife that I was safe.
Finally, about 12:30, I arrived at the city, talked with my family and bought food and soft drink. I was more than 27 hours without any food. I drove more 170 kilometers up to my home. In order to drive this distance, I hadn’t any hardness. But, when I arrived at home, I realized that I had a lot of hardness to walk. The pain in my legs only disappeared in the following day.
After passing by this experience, I don’t intend to enter in dense jungle anymore, because it’s very dangerous. There is a real chance of stay totally without reference and, in this situation, the tendency of walking in circles is very big. Without the reference of the noise of the train, I don’t know if I could exit. It’s strongly recommendable that only people very experienced in hiking in dense jungle attempt to visit this confluence.
In the following day of my return to home, talking with my friend Carlos Garcez, he remembered me about a very simple equipment, which could be helped me a lot in that situation: a magnetic compass. The magnetic compass doesn’t need batteries or satellite signal to work, and could indicate me the correct direction. Even I was decided to don’t enter in dense jungle anymore, I intend to buy a magnetic compass, because it is a very convenient equipment and it can be useful in any kind of terrain, avoiding the dependence of the GPS.
On the other hand, there is an important detail: the 6S 50W confluence lies less than 20 kilometers to Carajás mountain range, which is considered the biggest area of extraction of iron ore of the world. Big concentrations of iron ore can disorient a magnetic compass. Then, it’s possible that even a magnetic compass isn’t useful in the place where I was.